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7 hábitos de realizadores incansáveis que você deveria adotar

Trecho do meu terceiro livro "Este não é um livro de auto-ajuda e sim um tratado para realizadores incansáveis".


A vida é um grande conjunto de hábitos e atitudes que vamos colecionando e acumulando ao longo da vida. Existem hábitos que conduzem você a grandes realizações. E também aqueles que levam você pro buraco. Quando você se dá conta dessa dinâmica aparentemente simples pode parecer fácil realizar grandes feitos. A questão é que nem sempre a gente assume o controle sobre esses tais hábitos que vamos adquirindo aos poucos ao longo da nossa existência nessa vinda ao o rbe. E isso gera uma angústia na gente. O que talvez explique o porquê de todo livro que tenha “hábito” no nome — e que prometa algum tipo de gestão e controle deles — vender que nem água de côco gelada no verão.


Em seu livro “Ferramentas dos Titâs: as estratégias, hábitos e rotinas dos bilionários, celebridades e atletas de elite”, Tim Ferris, do podcast "The Tim Ferris Show", nos conta logo no início quatro exemplos de hábitos que ele observou como padrão em seus entrevistados que alcançaram grande sucesso na vida. Tomei a liberdade de somar alguns insights meus em cada um deles.


1. Mais de 80% dos entrevistados fazem alguma forma de meditação ou prática de atenção plena diariamente. Poder de concentração e controle mental. Mindfulness. Pleno domínio das suas projeções mentais. Estabilidade emocional. Acho lindo demais essas coisas todas aí. Mas preciso confessar: até hoje não consegui adotar nada disso em minha vida. É um desejo antigo mas sem sucesso até o momento. Hoje, a minha única prática de atenção plena é sair pra correr pelas ruas mesmo — e venho fazendo com uma periodicidade muito menor do que gostaria e deveria fazê-lo.

Eu admiro também demais aquele tipo de gente que toma chás. Acho isso incrível! Mas não consegui adotar esse hábito também. Só tomo cafeína mesmo. Em doses cavalares e direto na veia em diversas transfusões ao dia (que a Thelma não esteja lendo esse artigo).


2. Um número surpreendente nunca toma café da manhã ou só come o mínimo possível. Não quero aqui entrar em polêmicas e nem arrumar problema com nutrólogos e endocrinologistas (sei que vou arrumar problema mesmo assim). Mas sério: só experimente algumas vezes (porque na primeira vez é um grande desafio) fazer jejum por mais de 12, 16 horas. Perceba como a sua energia flui de uma forma diferente. Sua respiração melhora, seu olfato se aguça. Sua visão de mundo também. Parece que seu cérebro fica mais rápido e certeiro. Essa forma de se alimentar é chamada por alguns de Paleolítica por se inspirar justamente nos hábitos de nossos ancestrais nesta fase da humanidade em que passava-se longos períodos sem cruzar com uma árvore de frutos ou alguma vítima animal. Enfim, cada um sabe de si mas quem sabe você sente o mesmo que eu e se dá bem com esse boost de foco, energia e poder de realização? E mais: este segundo hábito também contribui, de alguma forma, com o primeiro. Você consegue um poder de atenção plena muito maior quando seu corpo não está preocupado com processar quilos e mais quilos de alimentos.


3. Elogios sempre entusiasmados à leitura, em especial aos livros “Sapiens”, “Poor Charlie’s Almanack”, “Influência” e “Em busca de sentido”. Essa lista na verdade pode ser gigante. O fato é: ler é um hábito indissociável de pessoas de sucesso. E confesso que, como um pobre autor, fico feliz mas ao mesmo tempo abismado em como o hábito de leitura é profundamente baixo no Brasil, inclusive entre os mais jovens. Só nos últimos três anos foram menos 50 milhões de livros vendidos no Brasil. Isso precisa mudar. Precisamos criar um movimento pelo incentivo à leitura em nosso país. Soube certa vez que houve uma campanha na Inglaterra pelo maior uso de bicicleta. E uma das estratégias foi estimular diversas celebridades e influencers a adotar e estimular o hábito de usar bike. Precisamos fazer algo assim pela leitura no Brasil. Isso não pode continuar assim. Vamos juntos?


De bate-pronto eu não resisto e já adiciono alguns livros nessa lista: "The art of innovation", "Modernidade Líquida", "Criatividade S.A." e um tal de "Truthtelling: por marcas mais humanas, autênticas e verdadeiras", além de "Leonardo Da Vinci" e todas as biografias de realizadores inquietos como Phil Knight, Steve Jobs, Yvon Chouinard, Blake Mycoskie, Rony Meisler...


Um ponto curioso — pra não dizer desesperador — nessa história é que há estudos que afirmam que hoje em dia nós lemos em média em torno de 100 mil palavras por dia. Isso mesmo: 100 mil palavras por dia. Isso dá, em média, uma palavra por segundo. Porém, entretanto, contudo, como sabemos muito bem, a esmagadora maioria dessas palavras não está repousada em gloriosas páginas de livros como essas aqui que você está lendo agora. BTW, parabéns por isso e obrigado pela preferência e voto de confiança. É comprovado que ler amplia sua compreensão das coisas do mundo, do mercado e da sua própria relação com tudo isso. Além de incrementar maravilhosamente o seu vocabulário e as suas formulações de fala e textos.


Mas sério: adote fortemente o hábito da leitura de livros. Acredite: ou você lê ou será página virada no mercado. Não é papo de autor que quer vender mais livros. É conselho de amigo mesmo.


4. O hábito de ouvir uma mesma música em looping infinito para ajudar a ter foco. Neste momento estou escrevendo esta página do livro em um voo Salvador - Rio de Janeiro depois de ter ido palestrar e mergulhar no evento SCREAM Festival (novembro de 2018). Estou escutando uma mesma música em looping ao longo das duas horas de duração do voo enquanto escrevo este meu terceiro livro. 


Para os mais curiosos como eu: a música escolhida é uma versão de Stolen Dance do Milky Chance, remixada pelas mãos do DJ Ghostt. Meus alunos na Miami Ad School sabem que sou fanático por indie music e apaixonado por Milky Chance e Of Monsters And Men, entre outros. A música pode variar. Mas lembre-se: sempre em looping infinito. Você meio que entra em um estado supremo de transe alucinógeno. Cada nota reverbera em seu corpo como se fosse um sino de hipnose produtiva.


Montei uma playlist pública no Spotify com as músicas que uso tanto em sala de aula como também para escrever (são as mesmas). Procure por #LeiaSantahelena (tem a 1 com músicas mais indie e a 2 mais eletro, também altamente hipnotizante). Acho meio mágica a ideia de você ler o livro escutando as mesmas músicas que eu mesmo escutei enquanto escrevia. Ficamos mais íntimos e conectados dessa forma. Vai lá, dá o play mas continue por aqui.


5. Quase todos fizeram algum tipo de projeto com tempo e dinheiro próprios e depois o apresentaram a possíveis parceiros e financiadores. Sabe o que isso quer dizer, né? Que sempre o primeiro a acreditar na sua ideia e no seu projeto será exatamente essa mesma pessoa que está neste momento segurando este livro: você. Ninguém mais. Você pode até encontrar alguns anjos e mentores pelo caminho. Mas no fim do dia, no quarto escuro, enquanto todos dormem ou estão se divertindo nas baladas, é neste momento de encontro sublime com você mesmo que a mágica acontece de verdade.


Agora vou ser abusado e acrescentar mais dois hábitos à lista de Tim Ferris, mas por conta e risco de Nizan Guanaes.


6. Desafie-se a se superar fisicamente. Perto de completar 60 anos, Nizan se deu conta que todos os grandes líderes que conhecia se dedicavam ao esporte em provas de superação extrema como maratonas, triatlo e até Iron Man. 


Não é sobre esporte. Não é sobre ser atlético e sarado. É sobre ter foco, comprometimento, apetite a um desafio que se impõe a você. É saber que você é capaz de olhar nos olhos de algo impossível e ao final rir sozinho de como você destruiu tudo para fazer acontecer. 


Eu amo correr. É o meu mindfulness, a minha adrenalina. O desafio maior é conseguir manter uma rotina. Há períodos em que corro menos e períodos em que corro mais. E posso te contar? Nos períodos em que corro mais fico profundamente mais produtivo e powerful positive. É o momento em que tenho mais insights poderosos. Experimente: calce um par de tênis velhos, coloque um fone (sem música não corro nem 10 metros) e vá pra rua.


BTW, é isso que mais me encanta em correr. É uma atividade que não te pede quase nada. Você não precisa de academias ultra-equipadas, quadras iluminadas ou qualquer outro tipo de equipamento. É você, seu par de tênis velho, sua playlist e as ruas. E, por isso, você pode correr em qualquer lugar do mundo em que você esteja. So, hit the road Jack.


Uma vez passei um longo período sem correr. Engordei 12 quilos e fiquei profundamente estressado. Um dia comecei a ler o livro do fundador da Nike, o “Shoe Dog”, de Philip Knight (incluí ele na lista acima). Lá pelas tantas, o cara passa exatamente pelo mesmo que eu: estava assoberbado pelas demandas e desafios do trabalho, em pleno início da Nike, e tinha parado de correr. Aquilo o destruiu por dentro. Philip percebeu que havia se desconectado de sua inspiração maior na vida. Aquilo mexeu comigo de tal forma que voltei a correr. E adotei a mesma meta que Phil se coloca no livro. Uma quantidade de quilômetros por dia. Phil corria 10km. Eu comecei com 5km.


7. Estude história: quer entender o futuro e para onde vamos? Vá para Florença. Nizan provoca: “Florença é a Los Angeles da época e Leonardo Da Vinci o Steve Jobs”. É impressionante como você percebe que as coisas são profundamente cíclicas no universo. Quando você estuda o passado isso se abre como um portal de luzes infinitas diante de você.


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O artigo acima é um trecho do meu terceiro livro, "Este não é um livro de auto-ajuda. E sim um tratado para realizadores incansáveis".


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Raul Santahelena é autor dos livros "Truthtelling: por marcas mais humanas, autênticas e verdadeiras" (Editora Voo, Junho de 2018) e "Muito Além do Merchan: como enfrentar o desafio de envolver as novas gerações de consumidores" (Editora Campus Elsevier, 2012); Keynote Speaker; Professor de Planning na Miami Ad School - ESPM; Colaborador do Meio & Mensagem e do Adnews; Gerente de Publicidade e Mídia da Petrobras.


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Escrever é a minha grande paixão. Publiquei dois livros e estou escrevendo mais dois livros neste momento para lançar em breve:

"Truthtelling: por marcas mais humanas, autênticas e verdadeiras" (Editora Voo, Junho de 2018)

"Muito Além do Merchan: como enfrentar o desafio de envolver as novas gerações de consumidores" (Editora Campus Elsevier, 2012)

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